A primeira caminhada na Ilha de Maré como parte das atividades da ACCS A Arte de Caminhar, aconteceu no dia 18 de maio e contou com a participação dos alunos da ACCS, professores e alunos da Escola Municipal de Ilha de Maré, o grupo Ecoarte e duas convidadas externos, Natália Figueiroa e Alessandra Mariano. Nos dividimos em dois grupos mesclados com os alunos da escola e os da UFBA, a caminhada foi de Praia Grande até Botelho, sendo que cada grupo foi por um caminho diferente. Abaixo um pouco dos percursos percorridos e suas experiências:
Meu grupo ficou com uma média de 12 pessoas sendo grande parte alunos da Escola de Ilha de Maré, nosso percurso foi de Praia Grande até Botelho, fomos inicialmente pela praia e depois adentramos a mata. Logo no começo a caminhada se deu de forma fácil, seguindo uma trilha que era utilizada pelos moradores, mas, depois foi ficando mais difícil devido a lama no meio do caminho. A lama feita pela chuva foi misturando-se com o manguezal próximo a praia que adentrava parte da mata, dificultando mais ainda a caminhada. Para mim a caminhada foi um exercício de paciência já que cada passo tinha que ser bem pensado e executado com calma, quase cai diversas vezes, mas sempre fui ajudada pelos alunos da escola que auxiliaram a todos que estavam com dificuldade de caminhar.Mesmo sendo um pouco trabalhosa, a caminhada foi uma experiência incrível, o manguezal e a praia cheio de caranguejos me remeteram a lembranças de infância, o contato com a natureza, com plantas que muitas vezes nem conhecemos ou só conhecemos através da televisão foi encantador. Caminhar em meio a natureza, sem uma estrada asfaltada, sem nivelamento, mostra como nos desacostumamos de caminhar, como estamos tão envoltos por transporte público, automóveis que de certa forma desaprendemos a andar. De tudo que vi e experimentei o que mais deixou contente nesta caminhada foi ver a interação dos alunos da escola com o da UFBA, ver aprendendo e se ajudando lado a lado. – Andressa Melo
Sair da zona de conforto costuma trazer ótimas experiências, não foi diferente nesse primeira caminhada pela Ilha de Maré. Saímos de uma cidade de concreto, veículos para o meio da mata em uma ilha. Isso foi incrível! Foi um desacelerar, uma fuga (tão próxima) da vida que estamos engessados. Fomos divididos em dois grupos com intininários diferentes. Caminhamos de Praia Grande a Botelho, por dentro da mata, com alunos e professores da Ilha o que nos proporcionou momentos de muita descontração e aprendizado. Foi importante o olhar e a experiência deles com aquele ambiente para nos ensinar sobre assuntos antes desconhecidos. Vegetação, clima, maré, conchas, de tudo um pouco nos foi mostrado. Nesse percurso tinha muita lama, elevações, mosquitos e algumas urtigas para nos manter atentos (rs). A lama, no meio do caminho, além do prazer gerado, da sujeira permitida e querida, foi um extra que nos trouxe muitas gargalhadas (o que fez nosso trecho parecer bem pequenino) e que me serviu como repelente natural. Adenilton, aluno da Escola Municipal Ilha de Maré, nos guiou perfeitamente e no final do caminho nos presenteou com o maravilhoso e famoso doce de banana da Ilha, uma delícia. Achei a experiência maravilhosa e já estou esperando pelas novas descobertas, contatos e aprendizados da próxima caminhada. – Monique Feitosa
Durante a divisão dos grupos para caminhada, escolhi ficar pela orla, Marcela, umas das alunas da ACCS também optou ficar pela praia. Começamos seguindo o grupo que iria de Praia Grande até Botelho, mas logo o caminho ficou um pouco mais difícil e decidimos retornar. Na volta encontramos novamente um grupo de caranguejos filhotes, eram muitos, quando me aproximava eles rapidamente se moviam, pareciam uma obra de arte composta pelo movimento de suas carapaças.
Logo depois observei que a maré estava muito baixa, e o mar parecia algo tão distante, bem diferente do cenário que encontramos a chegar na ilha, era possível apenas avistar a silhueta dos pescadores ao longe. Decidi me aventurar para ir de encontro ao mar, no meio do caminho, vi que isto não seria possível havia muita mala e os escorregões eram frequentes. Ao retornar avistei alguns pescadores que voltavam e não apresentava nenhuma dificuldade no percurso, conversei com alguns destes que me disseram que o pessoal da região sabia o caminho para chegar ao mar e que eu estava tentando ir pelo lugar errado, logo depois retornei à escola onde aguardei os outros grupos. A caminhada foi fantástica, era possível sentir o cheiro do mar, a brisa, a calmaria, interagir com a natureza esquecendo completamente dos aparelhos eletrônicos, descreveria sem dúvida essa experiência como uma das mais enriquecedoras que já tive a oportunidade de vivenciar. – Ariane Silva
