Colorindo o Verde é uma vídeo arte sobre uma caminhada no parque, um escape do cinza da cidade para o verde da natureza. O contato com as árvores, com a grama, com os pássaros e com o cachorro é revivido frame a frame no momento de pintar/desenhar. Tomando a mesma ideia de desacelerar e repensar o momento como no Of Mud and Sea, Colorindo o Verde vai além e nos faz refletir sobre a materialidade do vídeo. As caminhadas – parte do projeto Escola Mundo – foram uma forma de hackear a cidade, de repensar o lugar onde vivemos. E, no momento de desmembrar o vídeo em frames impressas para depois juntá-las num novo vídeo, acabamos entendendo melhor a tecnologia, um dos princípios da cultura hacker.
Processo de criação do Colorindo o Verde
Primeiramente, editamos um pequeno vídeo com momentos relevantes e diversos da caminhada. Logo, exportamos as frames do vídeo. Nossa plano era fazer 10 frames por segundo (como no Of Mud and Sea), mas resultaria num trabalho imenso, dias e dias pintando. Então, optamos por reduzir para 3 frames por segundo, resultando em 676 frames. Essas, imprimimos em formato A4 em preto e branco. Com as telas impressas, começamos o trabalho de pintar uma a uma. Fizemos alguns mutirões de pintar na escola (ICEIA) e no Ecoarte (UFBA). Professoras, estudantes e bolsistas do Ecoarte participaram desse processo. Depois de pintadas as 676 impressões em A4, fizemos testes de montagem. Escolhemos 30 impressões para escanear e para fotografar com um tripé especial criado com tubos de pvc (tutorial de Aline Albino que encontramos na Internet). Como não tínhamos uma fonte de luz fixa, optamos pelas impressões escaneadas. Editamos o vídeo juntando uma a uma das imagens, pensando no melhor duração de cada imagem para dar sentido ao vídeo. A música também foi um processo lento pois ficamos alguns dias escutando e selecionando músicas do Free Music Archive até encontramos Daybreak do Chad Crouch.