Na sexta, 20 de abril, tivemos a visita da doutoranda em Ciências Sociais, Natália Figueiroa, que apresentou para a turma da ACCS – A arte de caminhar – sua pesquisa. Natália falou da sua experiência com o caminhar e com as várias possibilidades de estudo dentro do campo. O recorte escolhido para aprofundamento da sua pesquisa foi com idosos que caminham diariamente na praça do Campo Grande (Salvador-BA), onde tem tido uma vivência interativa para assimilar toda a cultura envolta no caminhar, na idade e naquele espaço público.
A pesquisa “Retóricas dos passos perdidos: um estudo sobre a transformação corporal por meio da caminhada em Salvador” propõe analisar os discursos e sentidos em torno dos projetos de transformação corporal de praticantes de caminhada na cidade de Salvador, a partir do acompanhamento etnográfico de pessoas que praticam a caminhada como projeto para o corpo, observando as dinâmicas e contrastes sociais que perpassam esta “simples” atividade.
A partir do empreendimento etnográfico, realizado em primeira etapa no Largo do Campo Grande, pretende-se investigar expectativas e motivações para o engajamento dos indivíduos na prática da caminhada experenciada como atividade física, entendendo os objetivos da transformação corporal, levando-se em conta diferenças étnicos raciais, de classe, gênero e faixa etária dos praticantes de caminhada. Neste sentido, há um interesse nas noções de maleabilidade corporal e de saúde evocadas pelos praticantes de caminhada, compreendendo os modos como ela é atuada e como os caminhantes se relacionam com a materialidade dos objetos que perpassam esta prática.
Entendendo o espaço como uma categoria central para a pesquisa, a investigação também se esforça para tematizar o processo de seleção dos espaços públicos para a prática de caminhada, considerando as diferentes localidades e suas dinâmicas de poder.
Tivemos também a companhia das bolsistas, Andressa, Ariane e Monique, que apresentaram algumas das histórias e obras descritas no livro de Rebecca Solnit “A história do caminhar”, discutido, anteriormente, em reunião da Ecoarte.
[post: Monique Feitosa]