“É bom colecionar coisas, mas é melhor caminhar. Porque caminhar também é uma forma de colecionar coisas: as coisas que a gente vê, as coisas que a gente pensa. Esse processo é facilitado pela renovação da paisagem, seja ela rural ou urbana, e pelo próprio automatismo do ato de caminhar”
É extremamente interessante a imensidão de sensações incríveis quando nos colocamos dispostos a fugir da zona de conforto, quando permitimos o contato, a troca de informações com a natureza e com as pessoas que compõem um determinado espaço. O “observar” ganha uma nova configuração, não antes como um “olhar colonizador”: formado diante de um mundo caótico, atormentado pelo fantasma da globalização perversa, o qual se torna extremamente robótico ao longo das sensações e vivências. Desta vez, o olhar, a observação, o sentir, tornam-se objetos de destaque dentro de um contexto baseado na troca mútua de experiências, sejam elas concretas ou abstratas. Conhecer histórias, pessoas, provar novos sabores (aqui, me refiro ao maravilhoso doce de banana de Adenilton), e acima de tudo, estabelecer vínculos com pessoas tão diferentes das quais estou acostumado a conviver, foram algumas das milhares de sensações que permearam a minha participação na ACCS.
Desta forma, fui inspirado a fotografar os momentos singulares com essas pessoas, cada caminhada, cada sorriso, cada “cara feia”, por estar sujando os pés, e ainda cada canção compartilhada no barco, todo laço fraterno que iria se formando… Para que no final, pudesse criar uma teia de relações, as quais vão se desenvolvendo ao longo da troca mútua de experiências.
Gostaria de agradecer aos alunos e professores da Escola Municipal de Ilha de Maré, pois sem eles, o meu projeto nem sairia, bem como, tais vivências não seriam possíveis.